Luiz Antônio da Silva é um paulistano apaixonado por fotografia desde 1984, quando começou a clicar lindas e bucólicas cenas de paisagem, natureza e vida selvagem. Luiz frequentou diversos cursos de fotografia, mas também desenvolveu sua técnica a partir de livros, artigos, revistas e muita prática. Colaborador da Shutterstock desde 2006, ele sempre busca imagens inéditas e cativantes, características que lhe renderam o título de Shutterstar deste mês. Leia abaixo o nosso bate papo e saiba mais sobre seu estilo, história e dicas de como fazer sucesso como colaborador.
Sua galeria de fotos é povoada por paisagens, natureza e animais. Você diria que esse é basicamente seu estilo?
Definitivamente sim. Já me aventurei por outros temas como moda e social, fiz bons trabalhos como capas de CDs para alguns artistas, mas meu grande prazer e onde tenho alcançado melhores resultados é fotografando a natureza, paisagens, pássaros e vida selvagem. Minha paixão é viajar para um lugar, contemplá-lo e avaliar as diversas possibilidades que tenho para fotografar. Em lugares muitas vezes fotografados por milhares de pessoas, sempre procuro buscar algo inédito e atraente. Posso ficar horas em um mesmo local para conseguir uma foto única e diferenciada.
Como e por que você se apaixonou por fotografia?
Estava prestes a me casar, em 1984, quando fui a uma loja de artigos fotográficos com a intenção de comprar uma câmera para utilizar na viajem de lua de mel. Não conhecia absolutamente nada de fotografia. O vendedor me mostrou uma câmera reflex, a Praktica MTL-5, com uma lente 50mm. Achei a câmera imponente e robusta, mas não tinha a menor ideia do que poderia conseguir com ela. Comprei a máquina e comecei a fotografar. Li o manual, fiz várias fotos durante a viajem, queimei muitos filmes, fiz muitas fotos sem graça e acertei algumas. Descobri que, ainda sem saber exatamente como, tinha em mãos possibilidades de controle que me permitiria conseguir bons resultados. Quando peguei no laboratório as fotos reveladas, percebi que algumas coisas que fiz foram corretas e outras não, e que eu poderia tomar as decisões mais acertadas na próxima vez. Isso me despertou um grande interesse. Comecei então a estudar o assunto. Fiz cursos, comecei a praticar bastante, ler muito, aprender a admirar o trabalho de fotógrafos, e é assim até hoje. Procuro me manter atualizado, estudo bastante, leio muitos artigos, observo o trabalho de colegas e, é claro, sempre que tenho oportunidade saio por aí clicando e tentando buscar a imagem perfeita.
Existe alguma dica que você queira compartilhar com outros colaboradores sobre a venda de fotografia em banco de imagens?
Procuro sempre estar atento ao que o mercado está buscando; e o mercado procura, na maioria das vezes, imagens com objetivos comerciais. Muitas vezes, uma imagem boa na visão do fotógrafo pode não ser interessante do ponto de vista comercial. Tenho imagens no meu portfólio que achava que deveriam ser as mais procuradas e muitas vezes não são, enquanto outras não tão atraentes na minha visão provocam interesse maior no mercado. Somar as duas coisas é sempre muito interessante: seu gosto pessoal e o que o mercado necessita. A Shutterstock oferece recursos muito importantes para saber o que as pessoas estão procurando, como, por exemplo, palavras-chave mais procuradas, as imagens com maior número de downloads e, é claro, informações sobre o desempenho do seu portfólio.
Como você definiria seu processo criativo?
Procuro informações prévias dos lugares antes de viajar, como clima, os atrativos do lugar, se tem cachoeiras, corredeiras, rios, praias, que horas o sol nasce e que horas se põe, entre outras coisas. Acho que isso ajuda a começar a planejar o que explorar. Se vou fotografar pássaros, por exemplo, qual será o tipo de pássaro que vou encontrar na região, quais alimentos posso utilizar para atraí-los. Ao chegar ao lugar, avalio se as condições estão favoráveis, se a luz está adequada. Se for um sol muito intenso, provocando sombras muito profundas, por exemplo, procuro esperar ou mesmo voltar mais tarde em um horário onde a luz seja mais difusa com sombras mais suaves. Gosto muito de fotos em longa exposição, buscando efeitos com a água do mar, rios, cachoeiras, do vento batendo nas plantas… Procuro fazer o máximo possível na captura, para isso ainda utilizo alguns filtros que muitos nos dias de hoje podem considerar coisa do passado, como polarizadores, NDs, graduados. Respeito as opiniões contrárias, mas prefiro gastar mais tempo em campo do que na frente do computador. Deixo para a pós-produção o mínimo possível, ajustes básicos e acabamento.
Quais são as suas maiores inspirações?
Têm muitos fotógrafos cujo trabalho admiro e busco inspiração, porém tem um fotógrafo que quando vejo seu trabalho penso “um dia vou fazer uma foto assim…” Trata-se do inglês Guy Edwardes. Tenho seus livros e sempre recorro a eles para me inspirar. Gosto muito do seu estilo e suas fotos são fantásticas. A própria natureza e viajar com a minha família é outra fonte inesgotável de inspiração.
Qual a viagem mais legal que você fez para fotografar?
Fiz muitas viagens bacanas, mas se for destacar uma, certamente seria a viajem que fiz para Paraty, no Rio de Janeiro, em 2006. O lugar é maravilhoso e tem uma atmosfera fantástica. Tive o prazer de produzir um material fotográfico muito rico, fotos à beira-mar, no centro histórico, na mata, cachoeiras, de dia, de tarde e à noite. O lugar realmente me inspirou. Até hoje quando olho as fotos fico feliz com o resultado. Foi o primeiro lote de fotografias enviadas e aceitas pelo time de aprovação da Shutterstock. Algumas fotos estão entre as de maior número de downloads. Espero ter outra oportunidade de voltar a Paraty, agora com alguns anos a mais de experiência e maturidade, e repetir o feito.