A artista croata Željka Grobotek, conhecida como Zeljkica no site da Shutterstock, encontra inspiração na arte conceitual, temas bíblicos e nas armadilhas da vida moderna. Suas ilustrações desenhadas à mão abraçam a abstração, escuridão, cor e contraste, dependendo do seu humor. Diferente de muitos artistas que criam para bancos de imagem, Grobotek chegou até a Shutterstock por um caminho diferente, encontrando vida nova para obras que originalmente serviram para um propósito diferente. Sua abordagem única deu a ela o título de Shutterstar, portanto, prepare-se para saber mais sobre como ela começou e em qual caminho ela está.
Quais são suas técnicas/ferramentas de criação?
Gosto de usar tinta e pincel, caneta preta ou aquarelas. Às vezes eu pinto tempura em papel alumínio, em seguida, arranho a superfície para obter um tipo de textura interessante. A maior parte do meu trabalho como colaboradora da Shuttertstock é composto por desenhos que fiz há anos, como prática para provas de vestibular para a Academia de Belas Artes. Quando descobri a Shutterstock, usei esses esboços para fazer vetores. E, claro, uso o Photoshop e Illustrator após a digitalização das imagens. Preparo minhas imagens no Photoshop e só então as importo para a vetorização no Illustrator. Levo meu sketchbook para todos os lugares e sempre que tenho um tempo livre começo a desenhar.
Quanto tempo você leva para criar cada imagem?
Como criei a maioria dos meus desenhos há anos, fica difícil lembrar o tempo exato em que gastei fazendo cada um. Eu diria que um desenho pode levar de meia hora a quatro horas. A vetorização normalmente leva cerca de meia hora, e os releases de propriedade/keywording pode tomar uma tarde inteira. Eu costumo enviar cerca de 20 imagens por lote. Talvez depois que eu comprar um novo computador, todo esse processo será mais rápido.
Alguns dos seus desenhos são mais “dark” e emocionais. Eles têm algum significado mais profundo?
Sim, mas nem sempre intencionalmente. Acho que eles surgem dessa maneira por causa das influências refletidas no meu trabalho. Ao contrário das minhas texturas abstratas e background, minhas ilustrações tendem a refletir sentimentos melancólicos. Por exemplo, quando desenho pessoas, sempre tento colocar o que estou sentindo no momento no meu trabalho. Quanto ao significado em cada desenho, qualquer um pode encontra seu próprio; é tudo uma questão de olhar, sentir e interpretar da sua maneira.
O que você acha que faz o seu trabalho diferente?
Acho que não me incomodo ao tentar fazer algo comercial. Minha intenção não é vender um monte de trabalho, mas vender algo valioso, de qualidade. Meu lema é “pegar ou largar.” Sou desligada de arte e design estéreis, copycats e a ideia de só pensar em dinheiro. Meus desenhos são desenhados à mão, por isso quando comecei a enviá-los para a Shutterstock, achava que não seriam aprovados. Só os submeti para ver o que iria rolar. Quando a Shutterstock me aceitou, fiquei muito feliz, porque me senti livre para fazer o que queria, e seria paga para isso!
Qual a coisa mais excitante que já aconteceu com você como resultado da sua arte?
Amo desenhar desde criança, então a coisa mais interessante e emocionante para mim foi me tornar uma artista. Muitas vezes me desanimei, muita gente me desencorajou, mas ainda bem que encontrei amigos que me deram força para continuar. Compartilhar arte vai além de um discurso normal, comunicar-se através da arte me deu a chance de conhecer pessoas que compartilham os mesmos interesses que os meus.
O seu trabalho é influenciado pelo gosto dos seus clientes ou você cria apenas o que deseja?
Às vezes olho para imagens populares e penso: “Talvez eu devesse fazer algo assim para que eu possa vender mais e ganhar dinheiro.” Tentei algumas vezes fazer trabalhos mais comerciais, como vetores de cartões postais com motivos rosa , mas não foi tão bem sucedido como eu esperava. Não houve downloads. É interessante, porque as obras que eu pensei que nunca iriam vender, e nem sequer desejava enviá-las para a Shutterstock, são os meus best sellers. Talvez o mundo esteja saturado de imagens iguais e as pessoas estejam famintas por algo novo. Portanto, a resposta é que, neste momento, o meu trabalho é unicamente baseado naquilo que quero criar. Acho que essa é uma das muitas diferenças entre um designer e um artista. Gosto de pensar em mim como artista.
Quais são os artistas que te inspiram?
Gosto muito de esculturas e pinturas medievais grotescas, assim como artistas como Hieronymus Bosch, Vincent van Gogh, Frida Kahlo, William Blake, Edvard Munch, e Mladen Stilinovic. Gosto da obra “Artist’s Shit”, de Piero Manzoni, “Olympia” de Manet, o “Do It Yourself” de Andy Warhol e o “Expulsion from the Paradise” de Massacio. Também curto Entartete Kunst, Laibach, o livro “Do Espiritual na Arte” de Kandinsky, “O Rouxinol e a Rosa” de Oscar Wilde, “The Ring” de Dragutin Tadijanović, a Bíblia, Jesus, Miroljub Petrović, Peter Steele, a imagem do cantor norueguês Mortiis, vestir bonecas que vejo em vitrines, consumismo e estereótipos. Também gosto de obras que refletem o fim dos tempos bíblicos.
Qual é a sua obra favorita?
Eu não sei se eu tenho uma obra favorita. Acho que todo artista gosta de dizer que suas obras são seus filhos, e até gosto dessa ideia. Fiz várias obras que foram exibidas em galerias, incluindo cadernos, estampas digitais, serigrafias, gravuras, pinturas acrílicas, colagens, óleos sobre tela e desenhos a lápis. Acho que minha obra favorita é aquela em que realmente criei a partir do meu próprio mundo e que me protege dos perigos da vida cotidiana do mundo contemporâneo.
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